Reflexão

Como é comum a todos nós, procuramos nesta Pós Graduação, mais informação e conhecimento sobre a Educação Especial, sobre as Necessidades Educativas Especiais. Tentamos assim melhorar a nossa conduta perante todos os alunos, com NEE ou não. Com esta unidade curricular mais uma vez aprendemos algo de novo, neste caso elaborar um blogue, noções que não possuíamos e logo aí podemos dizer que já valeu a pena. Os professores devem-se preocupar em saber mais e mais e a obter mais informação para poder transmitir conhecimentos aos seus alunos. Alunos estes, que são tão diferentes mas tão iguais que os professores e educadores sentem necessidade de se adaptar e procurar as melhores estratégias para que a sala de aula seja um local de positivas experiências de aprendizagem.
Desta forma, as novas tecnologias constituem uma referência de primordial importância para a pedagogia contemporânea, uma vez que reforçam muitos dos princípios pedagógicos dos nossos dias: a motivação, a escola ativa e a autonomia dos educandos. Assim, os professores recorrem cada vez mais ao computador para apresentar os conteúdos de forma aliciante e diferente, tornando as aulas mais motivantes.
Com a colaboração de outros recursos, as TIC são um valioso contributo no processo ensino-aprendizagem de crianças com NEE. O uso das TIC, na sala de aula, traz possibilidades novas ao professor que pretende implementar novas estratégias de ensino.
Segundo Belchior et all (1993, p.13):
“A utilização do computador não deve estar dissociada do currículo que o professor pretende implementar. Para se tirar o máximo partido do uso dos computadores é importante que as actividades feitas com o apoio deste sejam um complemento das actividades educativas gerais.”
Devemos estar preparados para assumir este desafio e assim enfrentar o futuro da Educação.
O educador/professor está atualmente perante novos desafios e a auto formar-se. Tal como nos diz Raible (1996, p.42) “ Talvez nunca sejamos capazes de perceber completamente as novas auto-estradas da informação. Mas atenção: os nossos filhos são.”
Os alunos também participam no processo de ensino-aprendizagem e em parceria com os educadores/professores, todos aprendem fazendo, que é o que acontece quando se trabalha com um computador.
As crianças aprendem a trabalhar com muita facilidade com o computador e, nós educadores devemos aproveitar essas capacidades em proveito das aprendizagens académicas dos alunos.
Contrastando com o ensino tradicional, o ensino auxiliado pelas TIC é potencialmente capaz de realizar aprendizagens em cada aluno individualmente. Não é alternativa ao ensino humano dentro da sala de aula, pois é o professor quem orienta, coordena as atividades a desenvolver, como faz em relação a todos os outros materiais ao seu dispor, mas sim um efetivo auxiliar no processo ensino-aprendizagem.
Tal como nos refere BELCHIOR et all (1993, p.16) a utilização do computador na escola deverá desenvolver as seguintes capacidades:

“Comunicar ideias e informações de formas variadas;
Aprender, armazenar, aceder, modificar e interpretar informação;
Avaliar criticamente o conteúdo e a apresentação da informação proveniente de várias fontes;
Efectuar investigações matemáticas e explorar representações no computador de situações imaginárias ou reais; (...) Incentivar uma aprendizagem pluridisciplinar assente em projectos de trabalho concreto;
“Aprender a aprender” e a realizar progressivamente, actividades de investigação.”

O computador é aquilo que nós quisermos; pode ser quadro, caderno, manual, livro, Enciclopédia, dicionário, lápis, borracha, caixa de cores, um meio alternativo de comunicação. Pode ser utilizado para diversos fins.
Qualquer área académica pode beneficiar do uso das TIC, basta usar programas específicos ou ferramentas mais adequadas a cada conteúdo ou para cada necessidade, tais como o processamento de texto, a folha de cálculo, correio eletrónico, entre outros. Torna-se assim mais fácil a ligação entre a teoria e a prática.
O vertiginoso desenvolvimento das TIC abriu aos cidadãos possibilidades, até ao momento nunca sonhadas, de ver aumentados os seus níveis de conhecimento e a sua qualidade de vida.
Tal como refere Rodrigues et all (1991, p. 112) “...o computador tende a ser entendido como a voz, o ouvido, o movimento que a deficiência subtraiu. O “ Admirável Mundo Novo” da informática está cheio de fantásticas promessas.”
Atualmente, um dos grandes desafios para o professor é descobrir como usar as tecnologias como ferramenta para potenciar a transformação dos alunos em agentes do seu próprio desenvolvimento intelectual, afetivo e social e quando se trata de alunos NEE esse desafio torna-se ainda maior.
Desta forma, é necessária uma mudança profunda na educação que está pautada no método tradicional de ensino, criando um ambiente propício onde o aluno possa realizar as suas atividades e construir o seu conhecimento. Estas mudanças implicam, também, alterações que envolvem currículos, postura e papel do professor e do aluno e o desenvolvimento de novos instrumentos ou metodologias.
É neste cenário que se afigura uma reflexão quanto ao papel das TIC, concretamente no caso das crianças com NEE. Estas, porque mais fragilizadas, são também mais necessitadas de diversificação ao nível de estratégias e recursos materiais.
Segundo Medeiros (2000, sp):
“ (…) alguns softwares podem auxiliar no desenvolvimento da criança com dificuldade de aprendizagem. Eles possibilitam actividades que despertam a percepção visual, a organização espacial e temporal, o raciocínio lógico-matemático, estimulam a curiosidade, a criatividade, a imaginação, além de desenvolver a autonomia e a interpretação. Em alguns casos, até mesmo o simples facto de usar o computador já é significativo para a criança, pois representa um forte estímulo psicológico”.
Devemos adaptar as nossas práticas educativas à realidade de alunos que temos nas nossas turmas e aproveitar o que as TIC nos podem oferecer. As TIC funcionam como um meio para a inclusão de alunos com NEE. Desta forma, há que ter em conta que estas crianças necessitam de estar incluídas na sala de aula tal como todos os outros alunos, usufruindo dos mesmos direitos e contribuindo para o enriquecimento global do grupo.
Assim, as TIC deverão potenciar as vivências dos alunos com NEE de forma a integrá-los numa sociedade de mudança, toda ela direcionada para as novas tecnologias. O computador pode permitir aos alunos um novo ambiente de trabalho no qual se pode controlar o processo de aprendizagem, estimulando e diversificando as atividades cognitivas e proporcionando um papel mais determinante no processo de construção de conhecimento.
Com as TIC, através de programas feitos à medida das necessidades individuais dos alunos, é possível colocar em prática o paradigma da aprendizagem centrada no aluno, uma vez que assim é possível adaptar meios e conteúdos mediante as caraterísticas individuais do aluno. As TIC oferecem tarefas mais adequadas às diferenças e necessidades individuais dos alunos, para além de tornar mais fácil a organização da sua própria aprendizagem. Alunos com NEE ou problemas a nível do comportamento beneficiam de diversas formas com a utilização das TIC, pois estas suportam a motivação e concentração dos alunos, e os professores tornam-se mais conscientes dos problemas e necessidades dos seus alunos.
Em suma, a utilização das TIC nas escolas é um fator que ajuda a minimizar as diferenças sociais.


Referências Bibliográficas:

BELCHIOR, M. e colaboradores (1993). As Novas Tecnologias de Informação no 1.º ciclo do Ensino Básico, Lisboa: Gabinete de Estudos e Planeamento do Ministério da Educação.
COSTA, Fernando Alberto; PERALTA, Helena; VISEU, Sofia (2007), As TIC na Educação em Portugal - Concepções e Práticas, Porto, Porto Editora.

GIANOLLA, Raquel Miranda (2006). Informática na educação: representações sociais do cotidiano, São Paulo, Cortez.


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