Estigmas

Estigmas  Associados aos  Indivíduos Com Paralisia Cerebral


Um dos preconceitos mais comuns é confundirem a pessoa com paralisia cerebral com um portador de deficiência mental, por ter dificuldade de comunicação, devido ao descontrolo dos movimentos, aos trejeitos da face, entre outros. Esta ideia é defendida por Satow citado por Hoffmann, Tafner & Ficher (s.d.) que referem que “um dos principais preconceitos que o Paralisado Cerebral sofre é o ser confundido com portador de deficiência mental, por ter dificuldade de comunicação, descoordenação motora, movimentos involuntários, imagem bizarra pelo tónus muscular anormal, entre outras, conforme a região do cérebro afetada. A Paralisia Cerebral é consequência de uma lesão do cérebro e não da coluna vertebral, como vimos anteriormente, o que reforça a falsa ideia de que todos os que portam esse tipo de deficiência são também portadores de deficiência mental. Além disso, existe uma parcela de paralisados cerebrais que efetivamente apresentam deficiência mental, o que reforça ainda mais o preconceito. No entanto, essa incidência é muito rara.”
Assim, segundo a Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral (APPC) “a criança com paralisia cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal, mas também pode ter atraso inteletual, não só devido às lesões cerebrais, mas também pela falta de experiência resultante das suas deficiências. Os esgares da face e deficiência na fala, devido ao descontrolo dos movimentos, podem fazer aparentar um atraso mental que na realidade não existe”.
Hoffmann, Tafner & Ficher (s.d.) mencionam que para além deste estereótipo da pessoa com paralisia cerebral, existem outros associados como de doença contagiosa, portador de alguma anomalia hereditária.
A imagem da pessoa com paralisia cerebral é considerada distante dos padrões de beleza e adotáveis pela sociedade, o que provoca por vezes, e por desconhecimento, uma certa repulsa e/ou constrangimento perante o individuo portador desse transtorno.
Hoffmann, Tafner & Ficher (s.d.) defendem que para além da batalha que o indivíduo com paralisia cerebral tem para se integrar na sociedade, combatendo o preconceito, o desconhecimento, a falta de meios e as barreiras sociais, possui uma outra interna. Nesta batalha interna terá de se assumir na sua própria condição, admitindo os preconceitos que carrega sobre si próprio e sobre os outros em igual situação de minoria, trabalhando pela alteração da sua própria identidade e para se inserir na sociedade.