segunda-feira, 5 de março de 2012

Paralisia Cerebral

O conceito paralisia cerebral tem sido utilizado para denominar um conjunto de transtornos que têm em comum a existência de uma disfunção motora, originada por uma lesão encefálica, ocorrida no período pré-natal, peri-natal ou pós-natal. É um transtorno que apesar de permanente, não evolui com o tempo.
A primeira definição de paralisia cerebral é datada de 1843 e foi proposta pelo Dr. William Little (Santos & Sanches, 2004).
Nos finais do século XIX, Freud sugeriu a expressão paralisia cerebral, (Rotta, 2002) e determinou uma distinção entre paralisia congénita e paralisia adquirida, enfatizando «desenvolvimento intra-uterino» ao invés de trauma no processo de nascimento (Nielsen, 1999). Mais tarde Phelps, consagrou esta expressão, ao referir-se a um grupo de crianças que apresentavam perturbações motoras mais ou menos severos devido a lesão no sistema nervoso central. No entanto, só depois da II Guerra Mundial é que se desenvolveu a investigação nesta área (Strenfiel citado por Nielsen, 1999).
Muitos são os autores que têm definido Paralisia Cerebral ao longo dos anos.
Segundo a Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral (APPC), o conceito paralisia cerebral é uma perturbação do controlo da postura e movimento que resulta de uma lesão cerebral que afeta o cérebro em período de desenvolvimento.
Nielsen (1999, p.95) considera que a paralisia cerebral “engloba um conjunto de desordens caracterizadas por disfunções de caráter neurológico e muscular que afetam a mobilidade e o controlo da musculatura. O termo cerebral reporta-se às funções do cérebro e o termo paralisia às desordens de movimento ou de postura”. Esta autora refere que “a paralisia cerebral não é contagiosa e só muito raramente está associada a uma condição hereditária. Dado que as lesões cerebrais não se agravam com o tempo, a paralisia cerebral não é progressiva e não constitui causa primária de morte.” (p.97).
Já Bleck (1987) define paralisia cerebral como um distúrbio do controlo do músculo e postura resultante dum mau funcionamento do córtex motor do cérebro (cit. por Cruz, 2009).
Para Cahuzac (1985) a paralisia cerebral é “uma desordem permanente mas não imutável da postura e do movimento, que se deve a uma disfunção do cérebro antes que o seu crescimento e o seu desenvolvimento estejam completos” (cit. por Santos & Sanches, 2004).
As autoras Santos & Sanches (2004) definem paralisia cerebral como uma desordem permanente, não progressiva, em que a perturbação motora é a predominante, podendo não afetar a parte cognitiva.
Sendo assim, entendemos que os autores consideram a paralisia cerebral como um transtorno, um distúrbio, que não evolui, mas é permanente ao logo da vida do indivíduo.
Não há dois casos semelhantes. Algumas crianças possuem perturbações ligeiras, quase imperceptíveis, que as tornam desajeitadass a falar, andar ou usar as mãos. Outras possuem perturbações mais severas tornando-se incapacitantes ao nível motor, como impossibilidade da criança ou jovem segurar a cabeça, realizar movimentos seletivos ao nível dos membros inferiores e superiores, associando-se com frequência a transtornos epiléticos, um atraso cognitivo severo e ainda ausência de autonomia e expressão para a realização das atividades da vida diária. Entre estes dois extremos existem os casos mais diversos.

1 comentário:

  1. Como refere Bruner, a criança com paralisia cerebral está incluída no conceito de NEE, porque há uma necessidade educativa especial, quando um problema afeta a aprendizagem, havendo necessidade de uma adequação ao currículo e às estratégias de aprendizagem, de modo a que possa receber uma educação adequada. No entanto nós sabemos que muitas crianças com PC não têm acesso a todas as atividades do currículo, o que as leva a não possuir experiências favoráveis ao seu desenvolvimento global. Este facto deve-se não só à falta de comunicação verbal como também às suas limitações motoras.
    Este blogue permite-nos a nós, professores/educadores percebermos melhor como havemos de ser capaz de compreender as diferenças individuais de cada criança com PC, identificar as dificuldades e limitações de cada caso, bem como encaminhar e realizar em equipa, as adaptações curriculares necessárias e olhar para cada criança como um caso único, incutindo nas crianças o respeito pela diferença.

    Obrigada colegas, temos a certeza que este espaço, será uma ajuda preciosa no futuro, quando nos depararmos com as dificuldades aqui apresentadas.

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